13 de dezembro de 2009

PRECONCEITO EXISTE E SEMPRE EXISTIRÁ

Preconceito existe e sempre existirá. Por mais que se façam campanhas contra, sempre existirá quem tenha um “pé atrás” com a etnia X ou com os nascidos em Y. É inerente do espiríto humano o ódio, a raiva e outros sentimentos indignos. No Brasil , isto mostra-se em duas facetas: O racismo e o regionalismo.Pelo lado do racismo, o brasileiro de forma geral é um dos povos mais falsos que existem. Diz-se que o brasileiro não é racista e muitas vezes toma-se o exemplo dos Estados Unidos da América onde há uma clara divisão entre brancos e negros. Até os anos 60 por exemplo, os negros eram discriminados a ponto de cederem seus lugares em ônibus, trens, etc. caso um branco o requisitase. A coisa mudou um pouco com Martin Luther King, Malcom X e toda a luta pelo fim da discriminação. Até hoje, vemos reflexo desta cultura discriminatória como por exemplo em hollywood onde vemos filmes só com negros. Exemplos como o do apartheid sul africano também vem a mente mostrando uma clara divisão entre brancos e negros.Mas no Brasil é diferente. No Brasil não existe racismo. No Brasil há tolerância racial e religiosa. Será que existe mesmo? Basta ver as famosas e de extremo mal gosto piadas sobre negros onde se explora em diversas situações a inferioridade da raça negra e quando o interlocutor reclama do teor racista, a resposta é sempre a mesma : “Pô, é só uma piada...”. Ok, não sejamos extremamente politicamente corretos ao ponto de chamar Branca de Neve de Pré-adolescente Caucasiana mas existe uma diferença entre contar piadas onde o enfoque é uma característica do povo ou raça e a pura e simples inferiorização. Dou um exemplo: As piadas que tratam os judeus como muquiranas e as que fazem alusão ao holocausto.O Brasileiro, povo de paz, aceita todos os povos. Quantas vezes estive em situações onde estava em uma mesa de bar e de repente aparece alguém com um gringo a tiracolo e este é europeu, australiano, americano, ou seja, gente de fina estirpe advindo de países do dito “primeiro mundo”. Todo mundo fica interessado em falar com o cabra, se esforça para conversar em inglês e dá toda atenção ao cidadão do além-mar. Porém, experimente ver a mesma situação com um boliviano, chinês ou nigeriano. As reações passam a “Deve ser pasteleiro” ou “cuidado com a carteira”, entre outras.Brasil , este país maravilhoso onde a paz reina, vê também sempre aflorar os regionalismos e o enaltecimento das “qualidades” dos cidadões dos diversos cantos da pátria amada. Gaúcho é tudo viado, Carioca é tudo vagabundo, Mineiros são um povo meio abestalhado, Nordestino é ignorante e o resto é tudo bicho do mato.Eu como paulista , sempre vejo na internet, certos preconceitos contra o povo nascido na terra da garoa. Afinal, através de um computador, é tudo mais fácil. Todo mundo vira macho. Paulista é lixo, é babaca, é prepotente. São Paulo é horrível. É uma massa de poluição com um povinho desprezível. São coisas que se lêem frenquentemente.E falo de São Paulo não por ser paulista mas sim porque a cidade é um ótimo caso de estudo para esta babaquice que existe em todo mundo como mostro mais abaixo. Elogia-se (para inglês ver) o multiculturalismo e a miscigenação do brasileiro e São Paulo talvez seja o maior espelho devido a grande imigração e migração que é inerente a cidade principalmente nos últimos 100 anos.O italiano e o japonês que vieram em busca de uma terra de paz, os nordestinos fugitivos da seca ou os sulistas em busca do sucesso. Esta é São Paulo , uma cidade que bem ou mal abrigou gente de todo o Brasil e do mundo em busca de seu lugar ao sol. A cidade desenvolveu-se e cresceu sem planejamento urbano. Logo, seria fácil para um paulistano jogar a culpa nos forasteiros que para lá foram. Incrivelmente, a maior quantidade de pessoas que vejo na internet falando mal da cidade e do estado, são pessoas que por algum momento moraram na cidade. Ora, o que elas faziam lá? A maioria também estava em busca de oportunidades profissionais na maioria das vezes. Se voltaram para sua terra, é provável que não tenham tido capacidade suficiente para se estabelecer. Este poderia ser um bom argumento mas que aprisionaria toda a retórica no próprio mal que se tenta expor no texto.Então, chegamos ao ponto. Onde está o problema? Ao meu ver, na retórica do “quem atirou a primeira pedra”. Sulistas dizem que não gostam dos paulistas porque os paulistas não gostam deles. Nordestinos não gostam de paulistas porque eles os discriminam. Por sua vez, os paulistas não gostam de nordestinos porque eles vivem em guetos e são ignorantes.



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